segunda-feira, 15 de setembro de 2014

OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA

Parabenizamos os alunos e professores classificados para participar da Etapa Estadual da 4ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa: Escrevendo o Futuro, nos seguintes gêneros:

Poema: Minha Cidade
Aluno: Carlos Fernando Martins Denes
Professora: Soeli Kothe
Turma: 51

Minha cidade
Na minha cidade, nem tudo é perfeito,
As pessoas que moram aqui,
Tem paz, amor e respeito.
Por isso não saio daqui.

Com suas belas paisagens,
Um mirante na montanha
Iluminam os sonhos de quem olha,
E de quem sonha.

Na Avenida Uruguai,
Os amigos fazem festa,
Gente que caminha e cansa,
Gente que não descansa.

As águas do rio Uruguai,
Margeiam nossa cidade,
Nelas navegaram nossos pioneiros,
Com muita dificuldade.

Aqui a natureza é bela,
Tanto no outono como na primavera,
Neste lugar tem muitos animais,
E diferentes tipos de matagais.

E aqui tudo que se planta se colhe,
Aqui tudo se resolve,
Com as bênçãos de Deus,
O povo se desenvolve.

Memórias Literárias: Ontem, hoje... a vida segue
Aluno: João Vitor Soares da Silva
Memórias de Maria Beatriz Parolin
Turma: 81
Professora: Regina Steinhorst

Ontem, hoje..... a vida segue.
            Nasci nos idos de 1951, em solo Gaúcho, no interior da pequena cidade de Tenente Portela. Época em que os invernos rigorosos castigavam as plantações e o tempo parecia acompanhar a lentidão das carroças.
            O tempo corre, os anos passam, e para uma criança com sete anos, a vida parece muito simples e corriqueira. Vi minha mãe ser abandonada com seus cinco filhos. Mergulhei fundo em maus pensamentos tentando descobrir o que teria acontecido para que meu pai saísse de casa. A única coisa que consegui encontrar foram lágrimas de minha mãe ao sofrer pelo abandono.
            E porque a vida acontece e precisa acontecer, fui morar com minha avó. Não fui para estudar, não fui para viver minha infância, mas para cuidar de primos, para garantir meu sustento.
            Não fiquei ali muito tempo, rumei para Passo Fundo, na casa de minha tia. Lá conheci a vida escolar, e percebi que poderia construir um futuro. Em dois meses nos bancos escolares, fui diretamente à quarta série. Diziam os professores que eu era uma aluna inteligente e dedicada. Neste mesmo colégio, terminei meu ginásio. Não digo que esses anos foram fáceis, mas o tempo encarregou-se de guarda-los bem profundamente.
            A vida continuou seguindo e eu segui junto com ela; Aos dezesseis anos prestei uma prova para ser professora, sonho de toda moça na época. Passei e trabalhei em uma pequena escola no interior do Rio Grande do Sul. Em sala de aula eu me realizava. Aos alunos eu dedicava todo o tempo. Eles cresciam, e eu crescia junto com eles.
            Foi nessa época que conheci aquele eu seria meu futuro marido. Jovem e inexperiente no amor, não soube julgar seu coração pela aparência galante, cintilada em grandes olhos verdes. Casei-me com ele aos dezenove anos, e aos vinte um anos tive meu primeiro filho. Nesse tempo já havia conhecido a alma negra que meu marido carregava, e o que a bebida podia fazer com uma família.
            Novamente a roda do tempo girou, abandonei a sala de aula, com promessas do marido. Mudamos para a cidade de Itapiranga, já não era mais professora, e alguns de meus sonhos já tinha guardado bem fundo no peito. As lembranças me perturbavam nos momentos de dificuldade, onde o arrependimento vinha a tona e as lágrimas faziam companhia a minha tristeza.
            Nesta cidade de costumes e tradições diferentes, tive minhas outras duas filhas. A cidade progrediu, cresceu, modificou-se, oportunidades apareceram e como a família cresceu, o desejo de voltar a sala de aula encontrava-se mais longe de mim.
         Os sonhos mudam, as necessidades aparecem. Precisei olhar para dentro de mim, encontrar outro dom, agora sozinha precisava sustentar minha família. Meu marido saiu de nossas vidas da mesma forma que entrou. Então passei a fazer e vender bolachas, pães, doces e sonhos... E como a vida segue, meus sonhos seguiram adoçando a minha vida, a vida dos meus filhos e de todas as famílias que recebiam o meu pão de cada dia.
            Hoje, com 60 anos relembrando minha história posso dizer que sou feliz e que jamais me privaria dos meus filhos, netos e amigos que me ajudaram e fazem parte destas recordações que agora compartilhei com todos vocês. Minha vida é muito boa, e não poderia ser diferente, afinal o tempo não para!









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